Deus Está Aqui: Recuperando a Linguagem da Imanência

Descubra como a linguagem da imanência revela um Deus presente e atuante. Aprenda a equilibrar transcendência e proximidade divina na fé cristã.

DEUS CONOSCO

Raniere Menezes

11/17/20252 min read

Existe uma tendência no cristianismo moderno de enfatizar tanto a transcendência de Deus que acabamos criando uma distância desnecessária entre Ele e nós.

Falamos de sua eternidade, de seus decretos imutáveis, de sua exaltação acima de toda a criação — e essas verdades são importantes. Mas, ao fazer isso, corremos o risco de deixar a impressão de que Deus está distante, desconectado de nossa realidade cotidiana.

O Testemunho Bíblico da Proximidade de Deus

Isaías declarou que o Alto e Sublime, que habita na eternidade, também está com os contritos e humildes de espírito.

Em Êxodo, Deus desceu para libertar Israel do Egito com sinais e maravilhas. Lucas registra que "o poder do Senhor estava presente para curar" enquanto Jesus ensinava. Pedro proclamou com ousadia: "Jesus Cristo te cura" — uma declaração de poder imediato e presente.

Essa é a linguagem da imanência: Deus está aqui, Deus age agora, Deus cura hoje.

Transcendência e Imanência: Duas Faces da Mesma Verdade

Não se trata de negar a transcendência . Deus é, de fato, eterno, infinito e exaltado acima da criação. Mas esse mesmo Deus se revela presente na história, no espaço e no tempo. Sua grandeza se manifesta justamente em sua condescendência — em sua disposição de se aproximar de nós.

A encarnação de Cristo é a expressão suprema dessa verdade. O Verbo eterno se fez carne e habitou entre nós. O Deus transcendente se revelou em forma humana, curando, ensinando e morrendo por nossos pecados. Falar da imanência de Deus não O diminui — pelo contrário, exalta sua grandeza ao proclamar que Ele escolhe vir até nós.

O Impacto Prático na Vida da Igreja

Quando a pregação declara "Deus vai te curar hoje" ou "Deus está aqui para salvar", ela traz a realidade de Deus para o momento presente. Quando oramos "Estende a tua mão" ou "Que a tua presença nos revigore", não estamos inventando frases — estamos usando o vocabulário das próprias Escrituras.

Essa linguagem constrói fé. Ela nos conecta com um Deus que não apenas conhece nossos problemas de longe, mas que intervém, cura e transforma. Por outro lado, quando enfatizamos apenas a transcendência, podemos criar crentes que confessam que Deus é eterno, mas duvidam que Ele se importa com suas necessidades imediatas.

O crente deve entender que Deus está longe e perto. No céu e na terra.

Recuperando o Equilíbrio

A linguagem da transcendência tem seu lugar — especialmente quando ensinamos sobre a natureza eterna de Deus e questões doutrinárias profundas. Mas na pregação, na oração e na vida diária da igreja, devemos falar como os apóstolos falavam: com a convicção de que Deus está presente e atuante entre nós.

Deus é eterno e presente. Infinito e próximo. Exaltado e conosco. Cristo é Emanuel — Deus conosco. Essa é a linguagem que as Escrituras nos dão, e essa é a linguagem que desperta a fé .

Que possamos honrar a Deus não apenas falando de sua eternidade, mas também declarando com alegria: Deus está aqui. E Ele cura, liberta, transforma, salva.